terça-feira, fevereiro 24, 2004

Estava vendo o mui burocrático desfile da Imperatriz Leopoldinense (calma, não vou perder mais tempo com Carnaval, mas basta dizer que a Mangueira estava deslumbrante e o Salgueiro idem, ressalvas apenas para o número insatisfatório de peitos e bundas [devidamente desnudos, óbvio] no Sambódromo) quando abro o armário de fitas vhs e lá encontro História Real, oldie fave. Complicado descrever o que me atrai tanto nele. São muito raras as vezes em que um filme me induz a uma auto-análise de colocar coisas na balança e tentar achar um equilíbrio entre o ser e fazer; brutalmente colocando: um compêndio entre o que se quer e o que ganha/faz, a dificuldade de se fazer valer em qualquer lugar, nossa marca no mundo não é facilmente detectada/imposta etc., mas não tanto como em HR. Se eu fosse obrigado a descrevê-lo sucintamente, colocaria em destaque a ratificação constante da possibilidade de generosidade no mundo. E a fraternidade, que parece cada vez mais distorcida, só pode ser traduzida na vontade de recomeçar, passar por cima de qualquer ressentimento passado, e aceitar que muitas emoções estão em jogo - basicamente a consciência da coletividade...

...e blá blá, não sai nada (bloqueio!) e isso será deletado nos próximos dias só para que vocês percebam até que ponto se pode chegar quando se venera um filme.

Ah, estou com preguiça de fazer pela septuagésima primeira vez aquele formato chatíssimo de log (com nome original, diretor, fonte e duração da porra do filme - como que eu fui levar os minutos que se passa na frente na tela da tv em conta? É agradável no começo mas cansa ficar na dúvida se a fita vista é da Continental ou da Cult & Classics etc.) então, rapidamente, revi Segredos & Mentiras (continua vigoroso, intenso; Jesus, estamos falando de Leigh, ok? Basta.) e amanhã é dia de Peixe Grande e a sonhada revisão de Sobre Meninos e Lobos. E prometo que elaboro algo sobre Dogville e vai ser grandinho (e talvez coloque SMeL no meio - sentimentos comunitários, sabe?).

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