domingo, abril 25, 2004

Já desisti de Rohmer. Acredite, é melhor para vocês, meus três pacientes e dedicados leitores. Acho que meus textos grandes fracassam porque não sigo um plano estrutural, mas sim, escrevo sem pensar em "isso se encaixaria melhor na conclusão", de modo que o todo fica lamentável. Um dia, quem sabe, vocês terão contato com minhas observações para Punch-Drunk Love; já escrevi sete parágrafos bem encorpados e modéstia a parte, não está de se jogar fora. Mas prefiro rever o filme mais uma penca de vezes e notar com mais precisão o quão maravilhoso é Barry Egan lendo tudo ao pé da letra, desencantado com sua própria capacidade criadora e elucidadora - e, paradoxalmente, confiante na ética burlesca de publicitários contemporâneos: "Você está preparado para um caso íntimo?" no anúncio do disque-sexo; os cupons de milhagem) e subitamente, ele compõe uma melodia harmoniosa com Emily Watson, um todo subjetivo mas com uma noção muito, mas muito objetiva de redenção e fazer parte de algo maior que uma rede opressiva de irmãs e da rotina casa-trabalho-casa.

Eu sei, vocês estão cansados, mas PDL é a coisa mais linda que eu já vi. De uma eficiência orgásmica.


Vistos recentemente:

/A Ponte do Rio Kwai/ [69]
A Colecionadora [52]
Uma Mulher É Uma Mulher [58]
Rio de Jano [61]
L.627 [60]


Nessa semana:

O Samurai
A Cidade Está Tranqüila
Os Vendedores de Areia
Questão de Gosto
Narradores de Javé
Benjamin


Pena que os horários de Delegado Lavardin e Cidadão Sob Custódia sejam ruins.

quarta-feira, abril 21, 2004

Quase pronto, quem leu a primeira versão, releia tudo, inclusive o 1o. parágrafo, modificado.


Sobre pedras e telhados de vidro

Existe algo de mágico nos filmes de Eric Rohmer. São bastante simétricos (observar a divisão do conjunto da obra em contos "morais", "estações" e "comédias e provérbios") e a temática é recorrente, abordando como o compromisso pessoal, o sóbrio (e, por vezes, opressor) bom senso e a atmosfera do "será que estou correspondendo às expectativas?" são fatores que atormentam e desencorajam a busca de seus personagens por uma auto-libertação indireta, sempre indicando que isso é proibitivo e aquilo, um tiro no escuro/pé; geralmente utilizam do tom confessional para montar um discurso coeso sobre suas aspirações e aflições, como se dessa maneira, uma certa ordem (ou pelo menos, a criação de uma planilha que catalogasse toda essa pequena variação comportamental em respectivas versões compartimentadas, mais fáceis de manusear) pudesse ser infligida ao caos circundante. E como é interessante mergulhar de ponta nos mixed feelings da classe média francesa. Como dito, tudo gira ao redor do compromisso; e daí, surge a primeira turbulência: deve-se considerar o leque de sentimentos do outro ou o próprio primeiramente? Essa questão só adquire a ressonância precisa porque nos filmes do diretor não há uma separação tão criteriosa de valores e virtudes individuais, de modo que, permanecem difusas, em uma heterogeneidade homogênea, por assim dizer. Cada ser envolvido deve cautelosamente observar sua pedra e o provável efeito no telhado de vidro alheio e vice-versa.

Em um mundo tão instantâneo, veloz, self-qualquer-coisa, sustentar opiniões é tarefa homérica devido às idéias divergentes e, especialmente, a inacessibilidade de uma para com outra; são choques esvaziados de sentido pois não oferecem margem à algum tipo de debate inter-pessoal. Ao mesmo tempo que nosso ambiente não aprecia a coerência racional, ele parece dar de ombros quando arremessado à possibilidades do acaso, do engajamento a uma lógica arriscada e imprevisível, ou seja, na aposta da própria existência. Os filmes de Rohmer, nesse contexto, funcionam como um desafabo honesto, resultantes da equação lógica racional + gosto pelo risco. O diretor está ciente do quão maleável e incerta essa equação é, mas também, da sua exatidão e certeza de concretização; em outras palavras, trata a matemática das relações humanas como pensamento e não, reduzindo assim suas potencialidades, mera técnica. Não existe nada de errado na verborragia desenfreada de seus filmes justamente porque elas atestam a capacidade dos personagens para a auto-análise, buscando algum tipo de cumplicidade entre o que está acontecendo momentaneamente em suas vidas (são quase inexistentes sobressaltos temporais narrativos, de maneira a forçar suas marionetes a lidar com sua problemática em uma freqüência absolutamente incessante; o recurso da passagem do tempo para cicatrização ou a fim de propiciar o surgimento de uma pequena lâmpada acima das cabeças atormentadas, definitivamente não vigora) e as possíveis ramificações disso nos próximos anos, podendo ocasionar uma mudança brusca no curso de suas vidas, uma guinada do destino ou simplesmente, a adaptação à nova condição; com esses mesmos personagens fazendo outros pedidos para a estrela cadente ou o bolo de aniversário, diferentes dos anteriores, pré-complicações atuais... bem, isso até que uma promessa antes sagrada ou um compromisso outrora inabalável, necessitarem de uma indelével ruptura.

Os dilemas sentimentais pontuam a trama de suas produções, mas eles são envernizados com assertivas sobre a inerente insatisfação do ser humano comum e como esse sentimento os move a procura de algo ousado, com n facetas, mas que se encaixe com precisão na singularidade daquela pessoa e, principalmente, no ritmo característico dela. É uma desconstrução/quebra objetiva, mas vista sob ótica subjetiva, cuja finalidade é a própria (re)construção do dito. Os acasos das paixões arrebatadoras ou das conversões são colocados em uma lupa pela galeria que desfila em seu cinema. Eles agem, não raro, de modo condescendente e expõem com veemência as armadilhas que poderiam estar, inicialmente, presentes em uma comédia de espírito livre de um Hawks ou (ah!) Lubitsch. Após algum tempinho de projeção, percebe-se: a) o protagonista de Conto de Verão está indeciso entre três mulheres, buscando na comparação das diversas formas de amor (carnal, espiritual, fraterno, blind chance), uma maneira de peneirá-las a seu agrado; b) essa indecisão proporciona uma forte carga de instabilidade no mesmo, já que a decisão segura de cada uma se contrasta abertamente com suas incertezas, ele está testando possibilidades já comprovadas por elas, individualmente; c) existe uma reciprocidade entre o personagem e cada mulher; um dos aspectos que o auxiliam (ou atrapalham) é o que exatamente ocasionou a atração, talvez de posse desse conhecimento, ele angarie condições para avaliar as prioridades de suas paqueras e até que ponto essa atração traz anexa em si uma parte do que ele acha benéfica para um início de relação. A partir do instante no qual se avalia o amor do outro como extensão das possibilidades de concretização do seu sentimento pela respectiva pessoa, o narcisismo latente dessa relação é indefensável diante do acúmulo de dúvidas, incertezas e inconstâncias. Os protagonistas estão no comando (ou pelo menos, acreditamos que assim o seja), mas a tempestade é avassaladora o bastante para que deixem o posto.

Um certo desconforto em relação à independência que parece separar indivíduo de sua vida rotineira, na qual todas suas certezas são fundamentadas é trabalhada por Rohmer. São filmes de férias, com o máximo de proveito dessa premissa: reconsiderações sobre os meses passados, novas resoluções etc.

ok, interminável.


sexta-feira, abril 16, 2004

130. (14 Abr) Looney Tunes: De Volta à Ação (Looney Tunes: Back in Action, Joe Dante, 2003 | dvd | 6)


131. (15 Abr) Alguém Tem que Ceder (Something's Gotta Give, Nancy Meyers, 2003 | Estação Icaraí | 4)

Quando estava começando a digerir as aflições e neuroses de Keaton como orgânicas, o descompasso de Nicholson como algo perto do verdadeiro e a junção de ambos como os ponteiros das horas e minutos formando um todo equilibrado e preciso; a choradeira, os ataques de pânico/cardíacos, bundas dançando, Viagra, vista cansada, os conselhos de mãe-para-filha, uma peça inspirada-em-caso-real, Keanu-Reeves entram em cena e bem... o que acaba por ceder é o potencial de um grande filme. Mas ainda assim existe alguma ternura aqui e ali.


132. (15 Abr) /Encontros e Desencontros/ (Lost in Translation, Sofia Coppola, 2003 | cine Arte UFF | 3)


133. (15 Abr) Dogtown and Z-Boys (Stacy Peralta, 2001 | cine Arte UFF | 6)


domingo, abril 11, 2004

128. (05 Abr) Na Captura dos Friedmans (Capturing the Friedmans, Andrew Jarecki, 2003 | cine Arte UFF | 82)

Ambivalência em estado puro: colocações e comprovações plausíveis são negadas/contestadas pelas seguintes; os lapsos de memória interrompem a continuidade de depoimentos; evidências colocam em xeque os métodos empregados na acusação direta etc. Nos momentos em que pensei estar começando a entender o mecanismo de formação e a maneira como cada um deles lida com a dor em geral, lembrei também, estar assistindo a um filme sobre negação, tentativas múltiplas de evasão em relação a um conflito já entranhado - o da incomunicabilidade - na família: cada entrevistado parece preservar sua identidade, ou pelo menos, algo não tragado pela tragédia; e os vídeos caseiros mostram justamente essa dualidade entre as duas auto-consciências: a informalidade das reuniões dos entes vs. as informações exibidas com o máximo de recato e discrição, temperadas com azeite formal. A sensação de desespero e tristeza devastadora surge como reminescência da distinção mediativa/mediadora do doc. e, instantaneamente, de sua capacidade não-conclusiva; é como se Jarecki estabelecesse que a ação minimamente idealizada (no caso, que o alvo de todo aquele fogo cruzado se desviasse do espectador para o membro da família respectivo, em um interno confronto face-a-face) - a única passível de resolução prática -, se encontra fora do quadro, de nosso alcance e vista; e portanto, há tentativas de mediar um intercâmbio ali (ver a mais encantadora cena final de ultimamente, observe como o diretor abraça com devoção os Friedmans e suas tentativas frustadas de comunicação e comunhão de sentimentos) mesmo soando tão amplas para cicatrização iminente. Cinema orgásmico cheio de pequenos defeitos (como esse comentário saiu quase duas semanas após a sessão, eles quase não importam frente a maravilha do resultado; algumas ressalvas quanto a valorização excessiva de depoimentos de supostas vítimas, métodos da promotoria, etc., não que eles sejam mal posicionados ou algo do gênero, apenas apresentam a objetividade trivial de costume, com o idêntico burocratismo) = revisão urgente.


129. (10 Abr) Os Normais (José Alvarenga Jr., 2003 | dvd | 19)

Trafega sem o mínimo senso de "estamos pisando em ovos de avestruz" pela dissolução matrimonial instantânea, suspeitas de traição e amores correspondidos. Esse pretenso feitiço "maior, melhor, sem cortes ou pudor" se rebela contra o feiticeiro à medida que estabelece os mesmos padrões a uma estrutura já deliberadamente caótica, que certamente não se beneficia com essa "ordenação genérica de esquetes sitcom-type" = comédia covarde, preguiçosa e altamente inepta. Um erro do início (navios... supostamente... deveriam... afundar... - seres com IQ > 10 provavelmente não entenderão tamanho non-sense demente) ao fim (um letreiro [algo como: "Agora que vocês estão *tontos*, apresentaremos quadros explicativos com os destinos dos personagens."] é introduzido com propósito de funcionar como uma gracinha-extra, mas indiretamente parece nos comprovar a mediocridade do episódio-alo(x'n'o)ngado com ar ironia-indireta-soft: ah, se essa percepção aguçada se manifestasse na hora e meia passada...) com o miolo mofado pela organização em flashback (algumas observações cretinas de um religioso estão presentes) e as velhas piadas-agora-você-vai-rir,-até-os-amarelos-contam! que usam a (in)comunicabilidade travada e saliência da teimosia para resultar em algo do tipo: "é-porque-é.", "não é.", "é, é e é.", "não é, não senhora." etc. Posso fechar com um "Je(x'n'e)sus"?

segunda-feira, abril 05, 2004

126. (04 Abr) Terra de Sonhos (In America, Jim Sheridan, 2002 | cine Arte UFF | 54)

Notável a discreta romantização da família de imigrantes se adaptando em terras estrangeiras; o recurso do fast forward da câmera de uma das garotinhas é usado com sabedoria para apressar a inevitável adaptação ao novo ambiente à medida que temos uma espécie de conhecimento subjetivo (guardadas as devidas proporções, já morei em cinco cidades brasileiras diferentes) do que é preciso para conceder uma aura de lar, uma sensação de pertencer e se misturar a um ambiente desconhecido. Ótimo também é a ausência das complicações legais do Depto. de Imigrações - ou algo assim - permitindo um enfoque mais agudo na reconstrução da normalidade cotidiana a partir da superação de traumas pessoais e não do provável encaminhamento do caso a extradição. Nem tudo são flores: a sub-trama de Djimon Hounsou é imensamente despropositada, a inserção do realismo mágico na trama é feita aos sobressaltos e principalmente, o atrito entre pai e mãe devido a morte do garoto parece apenas uma desculpa para Sheridan mostrar que sabe transitar da ótica idealizada à disfuncional (como em um melodrama inglês de Tony Richardson), mesmo que essa última apresente os idênticos rompantes complicadores --> unificadores de sempre. Mesmo assim, merece uma revisão por soar tão orgânico (mérito do diretor e do evidente envolvimento emocional com o projeto, de certa forma parecido com a relação entre Terence Davies e seus dois filmes que conferi), com os ritos universais de uma família sempre presentes, elenco uniformemente caído do céu e um desfecho bastante satisfatório (embora previsível: quem não pensou que o pai iria derramar a primeira lágrima da aceitação naquele momento?). Cena belíssima: Desperado.


127. (04 Abr) Lugar Nenhum na África (Nirgendwo in Afrika, Caroline Link, 2001 | cine Arte UFF | 50)

breve...

domingo, abril 04, 2004

Pedaços de Abril (duh!):


123. (01 Abr) Con-fidence (James Foley, 2003 | Roxy, Santos/SP | 42)

Eu separei o título em duas partes justamente por se tratar de um filme que transita pelo gênero 'con', aka: tapeia-bobo. Sim, como a mui picareta tagline do cartaz afirma, poderia ter sido dirigido por David Mamet; pena que somente em sua versão "piloto automático". Não tive grandes problemas com a trama envolvendo o mítico "Golpe Definitivo e Ambicioso com Muito $$ Envolvido" cometido por uma "Equipe Desacertada", segue sem maiores pretensões com o fator inegável do divertimento e algumas oh-tão-surpreendentes-reviravoltas-de-onde-saem-de-súbito-aquelas-minhocas-verdes-das-caixinhas-de-surpresa-que-vitimam-a-tudo-e-a-todos, as quais mais inspiram dor de cabeça que "Uau, profissionais em ação!". Ganhamos de bônus um desnecessário Top das três mais perigosas ruivas, o idiota-anabolizado-que-se-passa-por-inteligente-surpreendendo-a-todos, uma suposta química entre os protagonistas ressonando como os pólos + e + (ou - e -) de uma pilha, uma psicologia constrangedora ("E quanto ao dinheiro?", confiança vs. ambição, "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão") e os inevitáveis questionamentos no estilo "Ela(e) é honesto?", "Até que ponto posso acreditar na sua palavra?" etc. Ainda estou para ver um filme, como Ladrão de Alcova, que realmente nos faz temer pela segurança de nossas carteiras. Ah, Lubitsch...

- A tela do cinema era quadrada, logo, muitas vezes, as palavras constadas nas partes laterais das legendas eram perdidas na projeção ("Lost in Projection", você pode pensar) como um filme em fullscreen em uma grande, gorda e grega televisão comum. Acho que para o pessoal santista (pelo menos os freqüentadores desse cinema), o formato wide é um "novo conceito cinematográfico", como a visão restaurada de uma pessoa cega etc.


124. (01 Abr) Funny Games (Michael Haneke, 1997 | vhs | 72)


125. (03 Abr) /A Promessa/ (The Pledge, Sean Penn, 2001 | dvd | 78)

Assim como o anterior listado, esse filme é a inquietude filmada; e o mais estranho é daí sair uma sucessão de tomadas que endossam a frustração inexorável do protagonista minando nossas expectativas de um thriller convencional (basta ver os minutos finais). O personagem de Nicholson faz uma promessa (pegar o assassino de uma garotinha) cuja concretização mais depende de um trabalho conjunto que dele próprio (como está recém-aposentado, essas atribulações em equipe não mais vigoram). E aí, reside uma ambivalência sublime: ao expôr sua "nova família" (notadamente a menina) ao perigo próximo, ele está tentando recobrar o senso de prioridades pessoais para ser capaz de constituir uma unidade entre as pessoas que ama (primeiramente, o interesse na menina e seus desenhos indicam uma certa propensão a cumprir a dita promessa, mas, aos poucos, percebe-se a existência de um vínculo entre o trio [as histórias contadas na cama, o relacionamento amoroso iniciado] presentes na oferta de alojamento do protagonista para as duas, que parece ser verdadeira e não uma via de potencializar o policiamento ao suspeito) aumentando, mas instantaneamente, age como se essa relativização só pudesse ser conquistada com a apreensão do assassino; logo, essa atitude mesmo com propósitos nobres (e individuais também: promessa cumprida = alívio no peso dos ombros, paz interior) não deixa de encerrar uma idéia egoísta, com a redenção espiritual em primeiro plano e as prováveis conseqüências relegadas como se suas chances de ocorrência fossem nulas. A angústia do filme provém dessa relação: sabemos a importância da mãe e filha na reconstrução de novos parâmetros para uma pessoa desnorteada com a perda da função nas engrenagens da sociedade, mas também reconhecemos que o peso de sua Palavra Firmada o corroe por dentro e, se depender dela, essa família só existirá no plano da idealização. Portanto, em cada cena na qual Nicholson conversa com a menina, buscando detalhes do assassino, fixando o balanço na parte frontal da casa e não no quintal (possibilitando um aumento do contato entre a dupla), observando (ao invés de agir decisivamente) a relação crescente dos dois e incentivando (ao invés de proibir) um encontro entre ambos percebemos que o conflito ali é insuportavelmente doloroso; a unidade se confronta com a coletividade, sendo que cada uma depende da outra e vice-versa. Até mesmo a abertura e desfecho indicam uma idéia de desespero cíclico, um contínuo estado de descrença e desencanto, afinal, ele perdeu a confiança da família e não tem conhecimento da morte da sua caça. É tão bem desenvolvido (com metáforas inspiradas sobre o fascínio pela pesca, peixes pequenos como isca viva a fim de atrair os maiores) que esqueço em um estalo o burocratismo da primeira meia hora de projeção.