terça-feira, setembro 05, 2006

SETEMBRO

177. (04 set) FACTOTUM (Bent Hamer, 2005)* ***

178. (05 set) A CASA DO LAGO (Alejandro Agresti, 2006)* ***

179. (05 set) MIAMI VICE (Michael Mann, 2006)* **1/2


180. (08 set) /UM PEIXE CHAMADO WANDA/ (Charles Crichton, 1988) ***
181. (10 set) O OPOSTO DO SEXO (Don Roos, 1998) ***

182. (12 set) ESTAMIRA (Marcos Prado, 2004)* ***

183. (13 set) SERPENTES A BORDO (David R. Ellis, 2006)* ***
(o que alguém pode dizer sobre esse filme? eu ousaria colocar a tarja indiscreta de "revolucionário" para um produto tão bem fornido de aguerridos fãs num burburinho que fazia tic-tac até a pré-estréia americana? provavelmente não: SERPENTES não quebra nenhum tabu, assim como não os qualifica como instrumentos maleáveis ao gosto do freguês. "freguês" sendo a palavra-chave; esquema self-service: você paga exatamente pelo que consome. são cobras. em. um. avião. e o filme tem uma postura bastante sisuda quanto a isso, como se estivesse sendo projetado para uma coletividade que somente adquire consciência de grupo ao receber o que foi convencionado. o resultado é uma homogeneização (cf. pasteurização) estranhíssima. exemplo: um casal de namorados, o qual entra mudo e sai calado do filme, vai ao banheiro pra trepar. eles são as primeiras vítimas, e o que poderia se passar como comentário incidioso à eliminação hieráquica de personagens nos filmecos terror-teen-médio com a justamente famosa regra do "mantenha o cabaço" acaba simplesmente soando como "ei, alguém tem que morrer primeiro, certo? foi na roleta!", o que acaba tirando a verve paródica consciente e transformando todo o projeto num empenho ético, o qual se apropria do triângulo apresentação-clímax-desfecho com a sobriedade de quem não tem muita opção, uma estóica esnobada para os artifícios e arroubos mirabolantes, apenas amenizada por suas esparsas surpresas -- veja o caso do rabugento senhor de meia-idade que faz cara feia para cachorrinhos e bebês rosados; ele tem que ser obviamente um dos primeiros a serem sabotados e o tempo passa e gente divertida e despretensiosa morre e a coroação vem com a aparição única da sucuri-anaconda para o homem!

se o protag. tem que depor (por que? porque é a coisa certa a fazer, caramba!) e samuel l. jackson tem que protegê-lo e o irmão mais velho cuida do mais novo e as aeromoças, dos demais passageiros e os aparentes seguranças, do cantor neurastênico, o filme também se posiciona como entretenimento honrado afinal, realmente existiu o tal contrato firmado entre guilherme alves e o cinemark no dia 13 de setembro às 20h. se o mesmo contrato é aceito por uma universalidade -- a mesma universalidade que transformou o filme num pequeno fenômeno -- o que se pode fazer é não se engraçar pelos tortuosos caminhos da sátira desgovernada -- TODO MUNDO EM PÂNICO e congêneres -- e manter-se na trajetória correta, na altitude determinada e em piloto automático (coadjuvante #14 acaba pousando a aeronave com esteio em horas de videogame etc.). o que mais poderia corroborar isso que não a quase-inércia reinante para tirar momentos histéricos dos que são provavelmente os personagens mais esteriotipados que se tem notícia há um bom tempo? instantes de pequenas-ironias-do-mundo (a última viagem da aeromoça #3 antes da aposentadoria é sua última. mesmo. e ela morre não sem antes salvar um recém-nascido. porque ela tem um Propósito!) são realmente tratados com a seriedade que, se não é inteiramente mandatória, é bastante plausível. as armadilhas existem e o filme, ao invés de passar por cima delas, as contorna (exceto no episódio estúpido da cobra dando o bote no nosso herói nos minutos finais), o que assegura para si a medalha de trabalho bem feito, i.e. "vocês estão vendo o que poderia ter sido?" resposta: um aliviado sim.)

184. (17 set) OBRIGADO POR FUMAR (Jason Reitman, 2005)* **1/2

185. (17 set) OURO CARMIN (Jafar Panahi, 2003)* ***1/2

186. (19 set) ENRON: OS MAIS ESPERTOS DA SALA (Alex Gibney, 2005)* ***

187. (25 set) MISTRZ (Piotr Trzaskalski, 2005)* 1/2

188. (25 set) A ESPOSA DO PESCADOR (Doris Dörrie, 2005)* ***

189. (25 set) MAN PUSH CART (Ramin Bahrani, 2005)* **1/2

190. (25 set) BAMAKO (Abderrahmane Sissako, 2006)* ***1/2

191. (27 set) A CRIANÇA (Jean-Pierre & Luc Dardenne, 2005)* ***1/2

192. (29 set) O AMIGO DA FAMÍLIA (Paolo Sorrentino, 2006)* **1/2

193. (29 set) JUVENTUDE EM MARCHA (Pedro Costa, 2006)* **

194. (30 set) COMO FESTEJEI O FIM DO MUNDO (Catalin Mitulescu, 2006)* ***

195. (30 set) TOTALMENTE PESSOAL (Nedzad Begovic, 2004)* ***1/2 (tal qual TARNATION, um documentário eu-respiro-via-celulóide, proclamadamente indulgente numa estrutura despretensiosa, é como se um narrador pater familias cabisbaixo abrindo um albúm de fotografias para um grupo de amigos e sua pasta de trabalhos e colagens para uma entrevista de trabalho. ao contrário de TARNATION, com o desabafo alinhavado na ladainha pré-programada, este acaba direcionando sua desformatação mais pro lado da inconsistência narrativa, se prendendo a detalhes que dificilmente são coerentes com o resto, de um bloqueio criativo que, como os de spike jonze, não. como um vídeo-instalação de uma galeria sendo montada, ou um simples making-of de alguma coisa, ...

196. (30 set) FLANDRES (Bruno Dumont, 2006)* *1/2

197. (30 set) 1:1 (Annette K. Olesen, 2006)* *1/2