sexta-feira, novembro 03, 2006

NOVEMBRO

213. (02 nov) PAULINE NA PRAIA (Eric Rohmer, 1983) ***1/2

214. (03 nov) I AM A SEX ADDICT (Caveh Zahedi, 2005) ***1/2

215. (06 nov) UNITED 93 (Paul Greengrass, 2006)* ***1/2

216. (12 nov) OS INFILTRADOS (Martin Scorsese, 2006)* **1/2 (di caprio é perturbado mas o único vestígio de inquietação são as pílulas que ele toma a cada início de cena etc. esse tipo de atenção retardada aos detalhes dá as cartas aqui.)

217. (15 nov) O AMIGO AMERICANO (Wim Wenders, 1977)* ***

218. (16 nov) UMA VERDADE INCONVENIENTE (Davis Guggenheim, 2006)* **1/2

219. (27 nov) VOLVER (Pedro Almodóvar, 2006)* ***1/2

220. (27 nov) O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (Cao Hamburguer, 2006)* ***1/2

221. (29 nov) BRICK (Rian Johnson, 2005) ****

222. (29 nov) THE ICE HARVEST (Harold Ramis, 2005) **1/2 (FARGO [ambiente plausível para situações inusitadas e... plausíveis; sorrisos superficiais em roupagens taciturnas; cidadezinha interiorana do meio-oeste decadentista com Bar Local, Restaurante Requisitado, Puteiro da Preferência] e BAD SANTA [billy bob, natal, cinismo irrecuperável, alcoolismo pessimista, golpistas miseráveis, final supostamente redentor] entram na ciranda desse filme estranhamente vulgar, sanguessuga com femme fatales e gangstêres improvisados conforme às necessidades dos espaços em branco do bê-a-bá noir e súbitas mudanças comportamentais que, para deixar a marra reinante ilesa no cartório, podem bem serem creditadas à festa etílica circundante. em alguns círculos, a indecisão entre contemplar o estilo-de-vida viciado e fraudulento dos protagonistas com ferocidade canina do olho-que-tudo-vê e jogar alguma luz não-intrusiva naqueles homens de fala mansa e atitudes despropositadas pode soar como um artifício que tenta a empatia pela ausência de compaixão, como se aquelas pessoas precisassem matar e afogar e beber até cair para atingir um estágio pleno, uma nova/segunda chance. então o filme pega o espírito lagarta-para-borboleta como um abono de final-de-ano, desajeitadamente amarrando os arrependimentos do passado [que cusack afirma não ter, embora a compra de presentes de natal numa loja de conveniência indica o contrário...] na liberação de responsabilidades no futuro próximo [...e a entrega dos referidos presentes na ausência dos filhos]. parece incrível, eu sei, mas não o é: trocas de favores interioranas, corrupção em todas as hierarquias, capangas armados em baús nunca se inserem bem na idéia do filme de 'deixar essas coisas pra trás', e ao insistir nessas notas apenas se desbota a cor local do lugar e deixa qualquer vestígio de bondade [/ausência de maldade] se traduzir num gesto condescendente digno de pena. não é que a redenção num ambiente condenável seja inverossímil, é que essas pessoas não querem ser resgatadas de lá e um desfecho desencantando serviria melhor a elas do que o final a la filme de buddies, o qual pega a relação melhor desenvolvida (cusack e o bêbado) e a coloca como mero pastiche dos dois-na-estrada para o-que-der-e-vier.)