quinta-feira, maio 01, 2008

MAIO (adicionado: o festival do rio chegou mais cedo)

070. (07 mai) O SONHO DE CASSANDRA (Woody Allen, 2007)* *

071. (17 mai) AS 4 AVENTURAS DE REINETTE E MIRABELLE (Eric Rohmer, 1987) ***1/2

072. (17 mai) A CARREIRA DE SUZANNE (Eric Rohmer, 1963) ***

c01. (17 mai) A PADEIRA DO BAIRRO (Eric Rohmer, 1963) ***

073. (19 mai) LONGE DELA (Sarah Polley, 2006)* **1/2

074. (20 mai) JUÍZO (Maria Augusta Ramos, 2007)* **1/2

075. (20 mai) /DUAS GAROTAS ROMÂNTICAS/ (Jacques Demy, 1967)* ****1/2

076. (22 mai) M (Fritz Lang, 1931) ****

077. (23 mai) /JUNO/ (Jason Reitman, 2007)* ***

078. (25 mai) FORT APACHE (John Ford, 1948) ****

079. (27 mai) STREAMERS (Robert Altman, 1983)* **1/2

080. (27 mai) PRÊT-À-PORTER (Robert Altman, 1994)* ***
Não sei o porquê do desprezo generalizado. Good, messy fun.

081. (27 mai) CERIMÔNIA DE CASAMENTO (Robert Altman, 1978)* ***
Se você fosse um dos curadores da mostra, diria na apresentação algo como "Mia Farrow só tem uma fala nesse filme"? É, eu sabia que não.

082. (28 mai) /GOSFORD PARK/ (Robert Altman, 2001)* ***
Dormi aqui e acolá.

083. (28 mai) /SHORT CUTS/ (Robert Altman, 1993)* ****1/2
Melhor sessão de cinema do ano. Muito mais divertido que Pulp Fiction. Começa como paródia de Safe (tem Julianne Moore!), termina com um chiste à chuva de sapos de Magnólia (inclui questão paterna!). Citar filmes subseqüentes
, além de oferecer disparates gratuitos, pouco embasa, mas não há o que escrever. Good, godly fun.

084. (29 mai) COME BACK TO THE FIVE AND DIME, JIMMY DEAN, JIMMY DEAN (
Robert Altman, 1982)* **1/2
A última sessão de cinema em cores e mais empoeirado. Na verdade, é mais Texasville: o tempo passa, as folhas caem, o Texas fica mais Barra da Tijuca e menos Tijuana, vidas reunidas anos depois de eventos-chave. Espelho simbólico come poeira do de Paris, Texas. Adormeci, e sem culpa.

085. (29 mai) /POPEYE/ (Robert Altman, 1980)* ***1/2
He needs me. Uns vêem Indiana Jones IV, outros revêem Popeye.

086. (29 mai) THE LONG GOODBYE (
Robert Altman, 1973)* ****
Lembra das cenas diurnas de Chinatown? Jack e Faye. Jack na fonte. Jack na represa. Estiagem em Los Angeles. Esqueça, Jake, é Chinatown. Mesmo na tosca projeção em dvd, a mágica aqui persiste. Filme lindamente atmosférico: de vidro no rosto à faca na narina, muito pouco mudou.
Melhor gato do cinema?

087. (30 mai) /McCABE & MRS. MILLER/ (Robert Altman, 1971)* *****
Nova melhor sessão de cinema do ano. (E provável melhor filme dos 70.) Vou ninar meu filho com Sisters of Mercy ("when you're not feeling holy, your loneliness says that you've sinned") e The Stranger Song. A neve mais branca do cinema (as de Meet me in St. Louis e Gilmore Girls chegam perto). Julie Christie em momentâneo transe de ópio num pardieiro chinês é mais evocativo de infinitude e obnubilação que a metragem inteira de Longe dela
, seu veículo-Alzheimer. A última revisão foi feita no imensamente excitante domingo anterior à minha entrada na Escola de Comunicação; agora, no meio do terceiro período, everything is falling apart (re: Rory em 5.22: A House Is Not a Home), e rever o filme me impulsiona de um estado catatônico, de um vir-a-ser que já foi para um esperançoso, luminoso vir-a-ser que está sendo. É Robert Altman como Terrence Malick: os fotogramas parecem desfilar, um após outro, diante de nossos olhos; as cenas não são confinadas a um senso de unidade narrativa, parecendo flashes muito particulares de vidas idem. Altman pretere a feitura de outro filme-mosaico, mas suas qualidades essenciais permanecem - a sobreposição de diálogos, a diversa gama de personagens etc. - para grande efeito: não apenas as falas são sobrepostas, como também cenas se fundem, incidem sobre as outras; ademais, cada personagem mira, enxerga-se no outro - e cenas com apenas um ou dois deles são praticamente polifônicas. Fora isso, é se encantar pela-última-vez-de-novo com uma cena específica: depois de confrontar o futuro algoz em termos cavalheiros, McCabe sai do prostíbulo de cabeça baixa e entra numa ladainha consigo mesmo a respeito de como ele se sentiu deslocado por lá. É ardor. É candura. É perfeição. É aplicação do código de Da Vinci no cinema: o sfumato. (A cópia lindamente surrada ajuda a borrar as linhas, os contornos, os limites, as feições, e sou agradecido.)