segunda-feira, maio 24, 2004

EDITADO: coment express pra de corpo e alma / the company ao final dessa msg.


rapido: revi Eda/Pdl mais duas vezes (14 agora, o glorioso 100 continua firme e forte, um monumento, sinceramente acho que vou criar um livro sex(aut)o-ajuda "como aumentar sua ereção/apetite sexual" somente pra coloca-lo lá, no topo das dicas infaliveis); passei o fds no RJ (capitarrr, capitarrr, wow, a visao do Redentor na Rua Jdim Botanico é de tirar o folego)e revi Dogville (4a. vez: 58, orig. 92), anti-heroi americano (2a.: 67, orig. 71), sobre meninos e lobos (4a.: 74, orig. 85); vi De corpo e alma (42; coment abaixo) & A Mulher do Aviador (79). Pronto. É isso.

Leitârrr: coments na Festa da Vitimização de von Trier, no miolo meio jururu de eastwood, na beleza de rohmer. Nao me sinto muito animado pra escrever sobre o Altman nem do indie.

ah, os parag. de PDL saem dia 12 de junho (notorio caso de amor *piscadelas*) e o negocio de Elefante, breve. Antes quero rever mais uma vez.

Ah, o grupo estação comprou o buddie PRIMAVERA, VERAO, OUTONO, INVERNO... E PRIMAVERA. O trailer é lindo de chorar e o filme promete ser bem melhor que o zzzzzz(ZZZZZZ)zzzzzzzzzzzen Samsara.

xxx

De Corpo e Alma: ocasionalmente agradável (deriva mais do elenco, especialmente do convertido Alex de LM em memorável atuação, prejudicada um pouco por inevitáveis frases-de-efeito-bomba-relógio como "encontre sua luz", "personificação do movimento" etc. proferidas por ele; as seqüências de balé me obrigarão a rever o filme em um futuro próximo de tão precisas, leves, lindamente coreografadas e filmadas [esses dois últimos são aproximadamente a mesma coisa, estamos falando de Altman, o cabeça por trás do assombroso Nashville; existe bem-vindas junções: cinema-espetáculo e diretor-coreógrafo]) mas irredutivelmente superficial e extremamente brando (guess what: uma bailarina torcendo e quebrando partes do seu corpinho escultural horas antes do grand finale, o menino expulso da apresentação porque não estava envolvido "pelo sentimento da coisa", pais que pressionam os filhos na busca pela glória efêmera, a Cena do Natal, a Cena do Ano Novo, um romance com um cara não-membro da Cia. [função explícita de deixar bem claro (leia: óbvio) que "há tanta vida lá fora"], orçamentos apertados vs. liberdade criativa deixando a folha de pagamento levemente ruborizada, clímax parecendo anti-clímax [oooh, o namoradinho da Pânico Girl atravessa o palco para vê-la; oooh, ela se machucou; oooh, o filme termina juntamente com o espetáculo - e, perceba, abre com a introdução de um número = oooh, metáfora duplo-uso mastigada; ohhh, uhhh, blah].

42

domingo, maio 16, 2004

Kill Bill: Vol. 1
89


Ao contrário da afirmação de códigos singulares e auto-referenciais através de uma postura de intransigente reverência pessoal - imagine um filme deslumbrado pelos mecanismos criativos alheios e não pela sua própria lógica, a qual os organizará em um todo orgânico e coerente com a visão pessoal do cineasta -, Tarantino parece aderir de corpo e alma ao seu universo de referências a ponto de seus vários meios de expressão se entrelaçarem em processos simultâneos que vão de encontro à lógica fast do copiar e colar: os resultados obtidos apenas colocam em evidência que os significantes das diversas fontes inspiradoras de Kill Bill se equivalem às suas respectivas essências, matrizes originais; o cinema - e o mundo, por extensão - é sustentado no binário idéia + simulacro (e não vs.), se equivalendo e completando sistematicamente.

...

obs: apenas um panorama geral, nos próximos dias devo bolar algo sobre a ilusão do poder feminino - sem chicote meninas - e as intervenções narrativas super hiper ultra mega in's de QT.



Pílulas, capsulas, viagra e prozac cooexistindo em mutualismo; sua farmacia no seu com-pu-ta-dor! - rapidas, desgovernadas, nao revisadas:

*somente com receita*

Comprei o dvd de Punch-drunk Love. Nesse ponto da minha vida, meu filme favorito (ok, História Real, Casablanca e Luzes da Cidade já estiveram temporariamente no topo) e acredito que dessa vez a coisa dura mais que uma temporada. Cada vez que revejo as mãos dadas com reflexos azuis, a cena do interfone ("só queria que vc soubesse que aonde for ou o que for fazer nesse momento... queria te beijar logo agora" Ahhhhh), o disque-sexo, ou o amor e a raiva encontrando seus respectivos lugares no confronto no Rei dos Colchões (notoriamente, Tiago não gostou; não sei como etc.), alias, amor e violencia estao diretamente associados a Barry, já que o cara luta só pelo que considera (e aí esta o cerne da questão: considera como? respeitando ou temendo?). Qdo ele se "conecta" com EW, seus sentimentos fervem e gravitam em torno de uma raiva dificil de ser separada em amor ou ódio (logo, o confronto com PSH no final somente atesta que Adam Sandler lutará pela justiça do mundo porque mesmo esse mundo o tentando a jogar martelos pelas vidraças afora ctemente, o amor, a paz e suas possibilidades restauradas foram fornecidas pela sua logica, antes caotica, hj caotica mas facil de manusear). Nao é sobre aceitar o lugar o qual lhe foi dado mas sim trabalhá-lo e moldá-lo para que de alguma forma ele faça parte de algo maior. E o primeiro passo para isso é ser nocauteado pelo amor, o segundo, ser beijado por EW e o terceiro, comprar pudins p/ ir ao Havai, o quarto já não me diz respeito). Quem falar que o filme se resume a "o amor nos da poder incalculavel" vai se ver comigo na hr da saida. Pode me passar o dinheiro do lanche e da passagem seu maldito desalmado etc.

QT bebeu na fonte de George Armitage - vi Miami Blues, absolutamente delicioso. Um filme a ser redescoberto imo.

Forma e Conteúdo se agridem em Intervenção Divina (mais ou menos um deadpan forçado over and over again, um Kaurismaki pretencioso e demasiado pernostico). Jesus. Algumas metaforas politicas deprimentes (panela de pressao encabeça a lista). Gitai, queime as copias do filme de Suleiman por favor! Obrigado. Hmmm, ainda asssssssim, é envolvente demais para ser menosprezado como agora. Alguns meritos consideraveis. Mas não esse: "ver parte de capsulas do blog do Tiago"

Tróia é Atroz. Ahhh, entao o Cavalo de Troia existiu mesmo? E o falivel calcanhar de Aquiles? Ahhhh, papai nao mentiu quando me contava essas historinhas. Ahhh, papai me ama etc. Alias, acho que vou me suicidar se assistir outro "épico" cuja abertura é um mapa (com voice over, logico) que fornece "contexto historico" para tamanho nonsense a seguir. "Jesus". "!". "etc". ".".

A Outra Face continua brilhante, a cena dos espelhos no climax da invasao do predio é orgasmica imo. Muito metafisica. Alem da minha compreensao. Amem.

Janela Indiscreta idem.

Prisioneiro da Grade de Ferro - melhor momento: BARbearia; raspa do tacho do diabo etc. mas de alguma forma me pareceu ligeiramente superficial, pouco urgente, exceto quando somos devorados por imagens horripilantes - aí também..., sem desemerecer o doc. (ótimo, por sinal) somente aquela cena na cadeia filmada com negativos de Ônibus 174 dá um banho no dito. Reforço: ótimo mesmo assim.

vi KBV1 novamente (4a.) - estonteante, o motivo das minhas obs.s acima.

Diarios de Motocicleta é cinema do tipo mais covarde: academicismo pouco revelatorio. basicamente uma exposiçao das injustiças latino-americanas num vies condescendente (ver "melover" narraçao em off, esp. o ridiculo ultimo trecho: "Sera que nossas visoes se tornaram limitadas?"). Ainda assim alguma honestidade e atuaçoes se sobressaem. Provavelmente pior cena final do ano.

Bicicletas de Belleville: flui com segurança (tb né, 70 minutos), boa diversao, ocasionalmente inteligente (esp. o cachorro e seus sonhos tresloucados e alguns objetos de cena criativos por excelencia esp. massageadores) pena que muito do surrealismo pareça pastiche-chic e algo do barroco soe melhor em uma cinemateca de museu de tao antiquado. Algo como ArtEnnui for Kids. Ou não.

novo do altman e mulher do aviador de rohmer na proxima semana. iupi.

comprei tb a ultima sessao de cinema, spellbound e o iluminado em dvd.

em vhs, adquiri usados: tartufo (sim, murnau), labirinto de paixoes, festa de familia, nivel 5 (do chris marker, dir. de la jetee e Sans Soleil), assedio e DEAD MAN do Jarmusch. Pena que o video da minha nova casa é pessimo e destrambelhado.







quinta-feira, maio 06, 2004

O Assalto - versão do diretor, veja mensagem anterior, redux.


Últimos Filmes Vistos:

O Samurai | w/o
Lições para Toda Vida | 11
Kill Bill | 83
Kill Bill | 83
Madrugada dos Mortos | 50
Como Se Fosse a Primeira Vez | 39
Elefante | 41
Kill Bill | 86
Elefante | 88
O Iluminado | 46

quarta-feira, maio 05, 2004

Então, a quase-unanimidade prevaleceu. Eu sei que vocês adoram uma catarse antes-ele-do-que-eu, um narcisismo pós-moderno enfeitado com ares indignados-com-causa-externa etc.

Então, ligue o censor comoção mecânica e comece a leitura:


Boletim de ocorrência:

Registro de número: 67383942
Data: 29/04
Local: Ingá, calçadão da praia das Flechas, perto do cinema da UFF, após término das aulas.
Destino: pegar o ônibus para casa


Meio-dia: [assuntos burocráticos processados] Se o depto. de Sociologia estiver fechado e minha transação, conseqüentemente indo diretamente para o bueiro entupido da Cedae [referência aos múltiplos problemas da cia. de abastecimento de água do estado fluminense nos últimos dias] vou pegar um martelo e quebrar a vidraça que separa os funcionários públicos sempre out-of-there dos alunos sempre out-of-mind [ver Embriagado de Amor].

Meio-dia e um: [conexão social] Nossa, como a mistureba desse lugar pode ser tão desordenadamente orgânica.

Meio-dia e dois: O calçadão da praia das Flechas é tão interessante (estreito, com vista para o mar quebrando nas rochas enquanto pescadores fazem sua parte na Divisão Social do Trabalho - vide Durckheim - e surfistas mirins cabulando aula a fim de se enveredar pelo risco de contração da leptospirose - entre outras, diga-se -, uma cabine de polícia que poderia dar uma sensação de conforto caso uma alma-viva - morta em alguns dias, o caso-Rocinha ainda não saiu das manchetes dos jornais - estivesse por lá), estou tão feliz, tudo parece no seu devido lugar, meu senso de ordenação descoordenada está a pleno vapor etc.

Meio-dia e três: Opa, dois caras (um negro e um branco --> parceiros no crime --> ops, deletem esse dado por favor, caso contrário a história perde o tom de ohhh-quem-diria-!) de 20-e-poucos anos passam por mim - sujeitos suspeitos, em outra situação poderia atravessar a rua, mas é complicado quando não existe um sinal e a via é de alta velocidade - com bicicletas, camisetas de marca, tênis idem, cuecas da Zorba. Me pergunto: serão compradas com mesada do papai ou adquiridas com armas do titio-da-esquina? Bem, eles não me fizeram nada: nem pedras, nem cuspe, nem choro, nem vela, mesmo parecendo uma dupla de skinheads com pretensões de acabar com a baderneira que alimenta as tão-peturbadas consciências universitárias.

Meio-dia e quatro: Suspeitas infundadas. Como é bom o poder de acreditar na bondade alheia (leia-se: não agressão a transeuntes costumeiros): os pássaros voam, os sinos tocam, a vida se renova, Kill Bill ainda está em cartaz. -- um carro com auto-falante [oh, rezando pela cartilha do consumismo... diga não, pela sua salvação etc.] passa como sempre: estridentes, acompanhados por...

Meio-dia e cinco: ...um dos caras de bicicleta (o branco); ele voltou para [escolha melhor opção de resposta; lembre-se: estamos no estado do Rio e tudo de ruim associado ao dito deverá ser considerado]: a) arrancar de mim bens materiais conquistados com muito suor: implorar perante à família = forma de trabalho; b) perguntar as horas; c) comentar: "olha a bundinha deliciosa da muié da frente". Honestamente, até eu estou cansado desse brincadeira; falemos sério. Assim que ele me aborda (logo atrás de mim, afinal, deu meia-volta, volver), começa a falar, quase balbuciar devido ao auto-falante do veículo, expressões meio desconexas, mas que fazem um sentido aterrador quando somadas matematicamente. "Volume no bolso" e "faca na espinha"; eu penso: "uau, esse cara tem instrução, volume? Jesus!" mas minha ação é imediata: entregar o celular (do meu irmão, nunca gostei de andar com o aparelho, muito chamativo para quem o guarda no bolso da calça/bermuda). Logo depois, o fdp pede $$, só tinha 4 reais no bolso - para a passagem, aí sim, fiquei com medo (tudo aconteceu de maneira tão imprevista, eu não vi o rosto dele diretamente e, melhor, não senti nenhuma faca/arma-de-verdade/arma-de-brinquedo em mim) justamente porque o dinheiro era insuficiente para esses casos, ou pelo menos, pensava ser (ilustração: papai, um dia, me disse para colocar na carteira 5 reais; não precisava de nada na ocasião [...faz o ladrão] então perguntei a razão, ele retrucou: "em caso de assalto..."). Deu tudo certo: não fui seqüestrado, jogado ao mar, nem mutilado ou suicidado.


Fade-in... 5 Dias Depois ...Fade-out


Logo no dia seguinte (30/04), fui a delegacia do centro de Niterói para registrar ocorrência (tive aula em um bairro perto de lá, nesse dia), não na (vã) esperança de reencontrar aquela bugiganga movida a cartão e paciência, nem reembolsar meus 4 reais (isso me lembra Adam Sandler em blah-blah-blah, questionando uma forma a fim de retornar os 500 dólares extorquidos do mesmo) mas sim, caso o fdp tenha usado para fins não muito institucionalizados, e quem sabe, o celular é apreendido em uma daquelas esparsas buscas policiais e o nome do meu irmão registrado venha a tona, desencadeando uma dor de cabeça monumental? Bem, andar no centro da cidade é uma tarefa complicada. Não pela distância (relativamente perto) mas pelos obstáculos (mendigos, mesinhas de bar, camelôs, revistas expostas fora da banca e principalmente, pessoas distribuindo [quase jogando] pequenos folhetos [carteado + amor, esquema Fininvest: chegou, pediu, levou] para nós, pedestres e pobres coletores de lixo urbano). Chego lá e descubro que não posso dar ocorrência porque não tinha o número do registro operacional do aparelho ou algo assim. Passa o fim-de-semana (vi o novo filme com Sandler - Como Se Fosse a Primeira Vez, ou como eu prefiro: Primeiro Beijo ad infinitum -, como sempre, ótimo) e me desloco até a "Delegacia Legal" de Icaraí (esse "Legal" surgiu durante um surto de novas dp's, uma forma de aproximar a denúncia do fortalecimento do sentimento comunitário: "entregue o assassino, ganhe a recompensa e assista a morte de toda a sua família no dia seguinte de camarote, vista panorâmica" etc.) e lá consigo realizar a façanha, através de um depoimento altamente impessoal de minha parte misturado com a pose amplamente mal-humorada ("Legal", não seria?) do meu ouvinte. Ele ficou claramente desapontado quando somente afirmei que o fdp era branco, usava boné e tinha de 20 a 25 anos; no registro impresso, ele escreveu: "...que não reconheceu o autor [anteriormente, se refere ao mesmo como "elemento"] do fato e não tem como fornecer elementos suficientes para a confecção [uhuuu...] do retrato falado". Ou seja, não servi para nada... como se houvesse maiores mobilizações daquela força ociosa caso eu entregasse a identidade, comprovante de residência e CPF do fdp...


Pronto, já preencheu sua cota diária de violência e sodomia? Não? Ah, porque tem aquele caso do estupro seguido de etc.

sábado, maio 01, 2004

Somente para criar um ambiente interativo, de participação do leitor nos meus textos, envolvimento entre as duas partes, mútuo engajamento entre outros objetivos calculadamente nobres; qual desses assuntos vocês, estimados leitores, preferem que eu desenvolva:

1) um lamento por ter perdido o aniversário do meu irmão pela primeira vez, incluindo: c.f. antes e depois; saudades etc.
2) o episódio do meu primeiro assalto
3) uma dissertação sobre minhas primeiras semanas errantes na faculdade de Direito da UFF, incluindo trote e suas humilhações, extorções...
4) minha vida na nova casa + casos escabrosos/hilários ("melhor rir para não chorar" etc.)
5) etapas progressivas rumo ao posto de Cidadão Brasileiro: Título de Eleitor, regularização do CPF, alistamento militar e a jornada burocrática e exaustiva de cada um dos casos
6) minha aventura diária: busão lotadão velhão durante um tempão
7) Kill Bill, visto duas vezes seguidas
8) meu desespero ao ver uma placa informando que a jóia da mostra polar (policial francês) do Estação Icaraí, O Samurai, seria exibida sem legendas e como deixei de ver os filmes programados para terça, quarta e quinta.
9) como Lições para Toda Vida é um filme perverso e ofensivo
10) de que modo a direção de Madrugada dos Mortos no estilo "é-muito-hype-para-me-importar" estraga qualquer tentativa de construção de laços já vistos no excelente Extermínio
11) do meu planejamento cinematográfico para essa semana (provavelmente só para cumprir tabela)
11) da minha vontade indômita de rever PDL e publicar os sete paragráfos do meu comentário não-finalizado sobre o dito
12) da minha vontade de fechar esse blog e me dedicar exclusivamente ao abaixo-assinado trazendo Tiago de volta a ativa
13) minhas tentativas de penetrar no impermeável livro de Kenzaburo Oe, O Grito Silencioso, antes de me enveredar pelo badaladíssimo Uma Questão Pessoal
13) do fato desse ser meu último post aqui por motivos sensatos

Até.