quinta-feira, fevereiro 03, 2005

FEVEREIRO


034. (01 fev) EU NÃO TENHO MEDO (Gabriele Salvatores, 2003)* 45

035. (01 fev) /CLOSER/ (Mike Nichols, 2004)* 57 (uau, que franqueza sexual! J-Ro diz: 'o esperma dele é mais doce que o seu' etc. (nota: ela ainda consta no star system? OCEAN'S 12, alguém?). pena que não sou exatamente louco pela dinâmica tapete/cortina vermelha do filme que consiste em pegar 4 pessoas e enfiá-las num tubo de ensaio dentro do qual a elas é permitido desfilar suas armas mortais e ganhar arranhões irreparáveis. um joguinho repleto de perfídia soft, verborragia screwball --> personagem A: força/poder de fogo/resistência = 7; vulnerabilidade = 4 etc. closer: ainda mais perto pode-se ver ligeiras imperfeições em faces tão despudoradamente harmoniosas, como aquelas da exposição de J-Ro, e irônico, temos um dermatologista, uma fotógrafa e uma stripper aqui, obsessão veemente a superfícies, fachadas e epidermes (e a 'chave' do filme é o comentário de portman na tal vernissage em relação não só ao trabalho em geral mas especialmente a sua foto). comentário provisório, ligeiro, miojo-rápido-instântaneo-3min, outro tomará seu lugar, nunca provavelmente.)

036. (02 fev) /AS PONTES DE MADISON/ (Clint Eastwood, 1995) 68

037. (02 fev) LOCAL HERO (Bill Forsyth, 1983) não consigo avaliar esse filme objetivamente

038. (07 fev) APÓS A RECONCILIAÇÃO (Anne-Marie Miéville, 2000) 1 (Jean Luc-Godard chora nesse filme. enfurecedoras lágrimas de crocodilo.)

039. (08 fev) A NORMAL LIFE (Elizabeth Chai Vasarhelyi e Hugo Berkeley, 2003) 43

040. (08 fev) PREMONIÇÃO 2 (David R. Ellis, 2003) 50 (o suprassumo do retardamento cinematográfico, mas tem energia e disposição o bastante para que se leve em conta que todo o sádico subtexto da preocupação com a gravidez de determinada person. apresenta noções de futuro no terreno minado das conexões familiares - vide IRREVERSÍVEL. mas, sim, continua hilariante as legendas em português: Morte, com maiúscula alegórica)

041. (10 fev) RAY (Taylor Hackford, 2004)* 27

042. (10 fev) SAW (James Wan, 2004)* 49

043. (10 fev) SIDEWAYS (Alexander Payne, 2004)* 66

044. (11 fev) MILLION DOLLAR BABY (Clint Eastwood, 2004)* 71

045. (13 fev) CAMP (Todd Graff, 2003) 73

046. (13 fev) POWER TRIP (Paul Devlin, 2003) 70 (subverte capciosamente as expectativas criadas - empresa multinacional americana de energia elétrica na geórgia, país com bagagem soviética, tentando maximizar lucros sem uma contextualização social efetiva -, redirecionando o esquema davi-golias do, indutor a bocejos, impassível corporativismo globalizado para uma esfera mais íntima de mútua compreensão entre os empresários forasteiros e a massa representante da caótica realidade nacional. a progressão narrativa do doc. é precisa: partimos da responsabilidade social da firma marcada pelo verticalismo de freqüentes apagões e burocráticas contas de luz para finalmente atingirmos a combalida politicagem de favorecimento entranhada no alto escalão da geórgia; saímos de pequenos informativos que poderiam estar em telecursos de engenharia elétrica - a estrutura precária dos gatos, medidores adulterados etc. - para um histórico avassalador de guerras civis, grupos separatistas e vizinhos pouco amistosos; deixamos especulações que personificam a esperança na eletricidade, meio básico de informação, sintonia com o mundo, para nos determos em passeatas, protestos e barricadas, especulações supracitadas levadas às últimas conseqüências. traços de condescendência no retrato da nação podem ser constatados através da ligação simplista entre pragmáticos sentimentos antiamericanos e uma maior aceitação da firma no local, culmimando com uma explícita declaração que qualifica a empresa como o próprio país. são pequenos detalhes incômodos em uma investigação tão minuciosa que prioriza o processo de adaptação, e conseqüente crescimento, sustentável dos dois lados para encerrar numa nota conscientemente ambígua: serão mesmo dois lados?)

047. (14 fev) O AVIADOR (Martin Scorsese, 2004)* 60 (o crachá do CAS extraviou, e logo agora que eu esperava ansioso pelos brindes promocionais...)

048. (14 fev) RAISING VICTOR VARGAS (Peter Sollett, 2002) 57 (abraça o rótulo de indie com tanto orgulho, como se fosse um distintivo de honra [alerta vermelho]: lirismo minimalista (nos momentos finais, bach no piano acompanha a volta de victor para casa e a conseqüente reconciliação sem palavras no local; num raro lampejo de criatividade, isso se desenvolve de forma fragmentada, com o encontro decisivo de victor e judy entrecortado pelos eventos supracitados e por arranha-céus no final da tarde de manhattan), uma saudável curiosidade pelas pessoas e seus ritmos (vovó confirma idêntica marca de batom nos dois copos analisados; a linguagem corporal de victor, tão característica que origina jogos de adivinhação entre judy e sua amiga além de um irmão afoito pelas lições), além de uma vontade irritantemente prolífica em ser irresistível (desde a fotografia saturada, amarelos e vermelhos quentes e berrantes até o casal de adoráveis crianças gordas [alerta vermelho] acertando os ponteiros e a amiga de judy confrontada pelo amigo de victor a respeito de sua beleza escondida [alerta vermelho] atrás dos óculos). é bom perceber que o subúrbio de manhattan não é celeiro apenas de gangues de delinqüentes juvenis, mas não é nada interessante observar como esse desvirtuamento favorece valores latinos conservadores [alerta vermelho], os quais irrompem sem motivo aparente, originando seqüências embaraçosas (vovó na assistência social, tentando expulsar de casa seu neto depravado). creio que esse é um daqueles filmes desenhados para casanovas de meia-idade em reverência nostálgica a um passado doce e sereno; pena que muito da doçura e serenidade advém da ausência de sexo, uma forma sutil de berrar 'meu nome é peter sollett, eu valorizo a dinâmica do jogo de sedução assexuado, eu privilegio os sentimentos dos personagens e suas tentativas falhas de aceitação do outro, algo que não seria possível entre quatro paredes, abaixo larry clark e a promiscuidade etc'. mas, de alguma forma, esse filme me ganhou, talvez por sua verdade, seu ar ligeiramente improvisado (a salsa apimentada da primeira metade como elo de ligação entre as cenas), a sinceridade de seu toque para descobrir identidades marcantes em potencial sob imaturas conchas protetoras a partir de simples perguntas e declarações (judy pergunta a sua amiga como ela sabe que pode confiar no amigo de victor; ela dá de ombros), em outras palavras: é sobre o imediatismo de se baixar a guarda.)

049. (14 fev) /ÁGUA FRIA/ (Olivier Assayas, 1994) 72

050. (15 fev) /MILLION DOLLAR BABY/ (Clint Eastwood, 2004)* 69

051. (16 fev) A HUMANIDADE (Bruno Dumont, 1999) 93 (não se alegre pois...)

052. (17 fev) O VENTO NOS LEVARÁ (Abbas Kiarostami, 1999) 76 (em qualquer outro dia essa celebração da vida poderia soar râncida e descaradamente ofensiva. declaro, então, 17/2 como o dia do nonsense minimalista iraniano. DEZ, ao que parece, ficará no limbo até lá.)

053. (17 fev) JOGADA DE RISCO (Deus, 1996) 72

054. (18 fev) /A HUMANIDADE/ (Bruno Dumont, 1999) 79 (...mais uma das minhas revisões desnecessárias e doentias dá as car(t)as. eu juro, não sei o que aconteceu aqui. ainda estou processando. bip, bip, bip, boom!)

055. (19 fev) CÓDIGO 46 (Michael Winterbotton, 2003)* 32

056. (19 fev) /ANTES DO AMANHECER/ (Richard Linklater, 1995) 90

057. (20 fev) ANYTHING ELSE (Woody Allen, 2003)* 43 (prefiro ir de mala e cuia para auschwitz a testemunhar 'homenagens' absurdas a TOMATES VERDES FRITOS e ANNIE HALL. ah sim, o último é dele. nada de pratos limpos: 'quem te viu, quem te vê' > 'compêndio do amadurecimento de um auteur'. ver mensagens 42 e 43 da caixa de comentários.)

058. (20 fev) VIVE L'AMOUR (Tsai Ming-liang, 1994) 40 (não se desespere, érico, eu ainda adoro O BURACO; conceitualmente os últimos 10' - encarando subjetivamente a ofegância dos protag.s - são arrebatadores, na prática, agonizantes.)

059. (24 fev) GAROTAS DO ABC (Carlos Reichenbach, 2003)* 55