domingo, abril 25, 2004

Já desisti de Rohmer. Acredite, é melhor para vocês, meus três pacientes e dedicados leitores. Acho que meus textos grandes fracassam porque não sigo um plano estrutural, mas sim, escrevo sem pensar em "isso se encaixaria melhor na conclusão", de modo que o todo fica lamentável. Um dia, quem sabe, vocês terão contato com minhas observações para Punch-Drunk Love; já escrevi sete parágrafos bem encorpados e modéstia a parte, não está de se jogar fora. Mas prefiro rever o filme mais uma penca de vezes e notar com mais precisão o quão maravilhoso é Barry Egan lendo tudo ao pé da letra, desencantado com sua própria capacidade criadora e elucidadora - e, paradoxalmente, confiante na ética burlesca de publicitários contemporâneos: "Você está preparado para um caso íntimo?" no anúncio do disque-sexo; os cupons de milhagem) e subitamente, ele compõe uma melodia harmoniosa com Emily Watson, um todo subjetivo mas com uma noção muito, mas muito objetiva de redenção e fazer parte de algo maior que uma rede opressiva de irmãs e da rotina casa-trabalho-casa.

Eu sei, vocês estão cansados, mas PDL é a coisa mais linda que eu já vi. De uma eficiência orgásmica.


Vistos recentemente:

/A Ponte do Rio Kwai/ [69]
A Colecionadora [52]
Uma Mulher É Uma Mulher [58]
Rio de Jano [61]
L.627 [60]


Nessa semana:

O Samurai
A Cidade Está Tranqüila
Os Vendedores de Areia
Questão de Gosto
Narradores de Javé
Benjamin


Pena que os horários de Delegado Lavardin e Cidadão Sob Custódia sejam ruins.

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