segunda-feira, abril 05, 2004

126. (04 Abr) Terra de Sonhos (In America, Jim Sheridan, 2002 | cine Arte UFF | 54)

Notável a discreta romantização da família de imigrantes se adaptando em terras estrangeiras; o recurso do fast forward da câmera de uma das garotinhas é usado com sabedoria para apressar a inevitável adaptação ao novo ambiente à medida que temos uma espécie de conhecimento subjetivo (guardadas as devidas proporções, já morei em cinco cidades brasileiras diferentes) do que é preciso para conceder uma aura de lar, uma sensação de pertencer e se misturar a um ambiente desconhecido. Ótimo também é a ausência das complicações legais do Depto. de Imigrações - ou algo assim - permitindo um enfoque mais agudo na reconstrução da normalidade cotidiana a partir da superação de traumas pessoais e não do provável encaminhamento do caso a extradição. Nem tudo são flores: a sub-trama de Djimon Hounsou é imensamente despropositada, a inserção do realismo mágico na trama é feita aos sobressaltos e principalmente, o atrito entre pai e mãe devido a morte do garoto parece apenas uma desculpa para Sheridan mostrar que sabe transitar da ótica idealizada à disfuncional (como em um melodrama inglês de Tony Richardson), mesmo que essa última apresente os idênticos rompantes complicadores --> unificadores de sempre. Mesmo assim, merece uma revisão por soar tão orgânico (mérito do diretor e do evidente envolvimento emocional com o projeto, de certa forma parecido com a relação entre Terence Davies e seus dois filmes que conferi), com os ritos universais de uma família sempre presentes, elenco uniformemente caído do céu e um desfecho bastante satisfatório (embora previsível: quem não pensou que o pai iria derramar a primeira lágrima da aceitação naquele momento?). Cena belíssima: Desperado.


127. (04 Abr) Lugar Nenhum na África (Nirgendwo in Afrika, Caroline Link, 2001 | cine Arte UFF | 50)

breve...

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