quarta-feira, outubro 12, 2005

12/10

ALILA 68 (é fascinante a perseverância com que gitai abraça o individualismo, o colocando nos caminhos mais tortuosos possíveis a fim de afirmá-lo. p. ex., o filho do empreiteiro é desertor do exército israelense, mas a consciência de que isso é registrado como uma grave afronta não advém da própria (elaboração de um estrategema para a) consumação do ato mas sim dessa honra glamourosa de garantir a segurança nacional vista como antiquada com os insistentes sermões no-meu-tempo... do pai e a banalização proporcionada por incontáveis bem-sucedidas missões suicidas de palestinos em tel-aviv retratada em tvs e rádios. portanto, não se trata de uma questão abrangendo um ingênuo idealismo anti-belicista, muito pelo contrário, temos aqui a irônica estagnação inicial dos personagens em um mundo está em constante transformação e gitai, de uma maneira muito mais produtiva que jia zhang-ke (os vínculos entre a mão-de-obra chinesa da construção civil e a doméstica filipina com seus patrões são infinitamente mais ricos que o das russas de passaportes confiscados de O MUNDO), codifica seus pequenos cataclismas como um processo irreversível, podendo ser aproximado de sua galeria - também apresentando uma qualidade volúvel a partir de dado momento - e marcá-la de forma permanente. a beleza do filme está aí, a cada mando e desmando, atitudes contraditórias são empilhadas. gitai tem essa mania de abarrotar seus personagens com uma bagagem emocional que há tempos foi extraviada, nunca recuperada, nunca esquecida. ótima supresa, 70+ na revisão.)

UMA NOITE 34

/CAFE LUMIÈRE/ 69 (/36)

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